O toque italiano no comando da seleção
Desde que assumiu o comando da seleção brasileira, Carlo Ancelotti tem demonstrado um apreço especial pela solidez defensiva. Essa característica parece enraizada em sua herança italiana, tanto quanto o apreço pela culinária de sua região natal, Emilia-Romagna. Durante uma de suas primeiras entrevistas, quando questionado sobre a capacidade de ajustar o sistema defensivo do Brasil, Ancelotti foi direto ao afirmar: “Eu sou italiano”. Essa declaração é uma amostra de como ele pretende estruturar o time sob sua direção.
Até agora, em uma série de três jogos, o Brasil não sofreu nenhum gol, o que é uma prova da eficácia de sua estratégia de jogo. O foco de Ancelotti é claro: atacar e recuperar a bola o mais próximo possível do gol adversário. E embora a performance ofensiva ainda não tenha conquistado todos os críticos, é inegável que a defesa está se mostrando sólida e eficiente.
Seguindo os passos de grandes técnicos
Nos últimos dez anos, o Brasil contou com cinco diferentes treinadores, mas poucos conseguiram o feito de iniciar suas trajetórias sem sofrer gols. Apenas Dunga, em sua segunda passagem pela seleção, conseguiu tal feito. Durante sua campanha, Dunga não apenas evitou gols, mas também estabeleceu um recorde: cinco jogos iniciais sem a rede balançar, um feito histórico em 111 anos de seleção.
A trajetória de Dunga começou em amistosos contra equipes de destaque: vitórias contra Colômbia e Equador (1×0), Argentina (2×0), além dos expressivos triunfos sobre Japão e Turquia (4×0). Sua experiência na Itália, jogando por clubes como Pisa e Fiorentina, foi crucial para moldar sua abordagem defensiva, algo que agora é também a marca registrada de Ancelotti.
O desafio dos jogos oficiais
Porém, quando o critério passa a incluir jogos oficiais, poucos treinadores conseguem manter a defesa intacta nas partidas iniciais. Flávio Costa está entre os que atingiram tal feito, também com três jogos sem sofrer gols. Sua estreia, em 1944, foi marcada por vitórias sobre o Uruguai (duas vezes) e Bolívia, todas em jogos oficiais do Campeonato Sul-Americano Extra.
Agora, Ancelotti se encontra em uma posição única, podendo superar essa marca histórica. Ao enfrentar a Bolívia na próxima terça-feira, Ancelotti poderá tornar-se o primeiro a iniciar sua trajetória no comando da seleção brasileira sem sofrer gols em seus quatro primeiros jogos oficiais. Até o momento, ele já coleciona um empate sem gols contra o Equador e vitórias frente ao Paraguai (1×0) e Chile (3×0).
Um marco em potencial
A expectativa para o próximo confronto contra a Bolívia é grande. Com a altitude de El Alto como um dos desafios, a seleção brasileira terá que se preparar para enfrentar não apenas o adversário, mas também as condições climáticas locais. Esse jogo poderá representar um marco na história da seleção, consolidando Ancelotti como um estrategista defensivo de primeira linha.
A pressão é real, mas há uma certa confiança de que Ancelotti e seus atletas estão prontos para este desafio. Caso o Brasil saia sem sofrer gols, este feito será um testemunho da disciplina defensiva que Ancelotti conseguiu implementar em um curto período de tempo. Tal recorde não apenas serviria para fortalecer sua posição, mas também para inspirar a equipe em futuras competições.
“Eu sou italiano.” – Carlo Ancelotti
		
									 
					